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Comportamento do cão DogSolution Metodologia Renato Zanetti

Tédio e solidão podem entristecer cães em casa. Veja o que fazer pra evitar

Com o excesso de compromissos e a vida agitada nas grandes cidades, é cada vez mais comum os cães passarem longos períodos sozinhos em locais fechados, sobretudo em apartamentos. Só que como os humanos, esses animais também precisam de entretenimento para se sentir bem. “Mais do que um desconforto, o tédio é um estado emocional perigoso, que pode levar o animal a problemas psicológicos, comportamentais e de saúde”, alerta a médica-veterinária Adriane Tomimassu. Segundo ela, proporcionar diversão para o cão é parte dos cuidados básicos para ter um animal saudável e feliz. “Exercícios, brincadeiras e atividades regulares são quase tão fundamentais para um cachorro quanto água e ração”, acrescenta.

Os veterinários normalmente recomendam não deixar um cão sozinho em um ambiente desestimulante por mais de quatro horas. Eles se baseiam em estudos como a pesquisa da Universidade de Ciências Agrônomas da Suécia publicada em 2010 e que identificou alterações comportamentais nos animais após esse período de ausência dos seus tutores. “Mas é difícil determinar um tempo específico que um cão pode ficar sozinho porque isso depende de cada indivíduo”, diz Tomimassu. Ela lembra que há cães com personalidade e tolerância ao tédio diferentes. Há desde os mais independentes até os que sofrem com a ansiedade da separação.

“Mas independente da personalidade, os cães precisam se ocupar, seja com exercícios físicos, seja com desafios mentais”, afirma o zootecnista especializado em comportamento canino, Renato Zanetti. “Muitas vezes nossos cães passam mais tempo em casa do que nós mesmos. Por que não deixá-la mais interessante para eles?”, questiona a adestradora da equipe Cão Cidadão, Joilva Duarte. Ela ressalta que mudanças simples no ambiente podem diminuir a monotonia. Isso vale para todas as raças, mas é interessante prestar atenção no tipo de entretenimento que o seu bichinho prefere. “Um terrier, por exemplo, vai adorar brincar de caça com a ração. Já um shih-tzu talvez prefira interagir com brinquedos”, diz Duarte.

Dicas para livrar do tédio
1. Dê ao cão coisas para brincar. Ofereça brinquedos interativos, como quebra-cabeças com petiscos. Para manter o ar de novidade, faça rodício entre os brinquedos.
2. Passeie diariamente com seu cão. Se não puder fazer isso, considere contratar um passeador ou creche.
3. Permita acesso a janelas e portões de onde o animal possa observar a rua, mas sempre com segurança.
4. Seu cão tem um lugar predileto na casa? Coloque algum obstáculo para dificultar seu acesso e fazer com que ele desenvolva uma nova forma de chegar até lá. A ideia é dificultar, não impedir.
5. Tenha comedouros diferenciados que ofereçam desafios.
6. Se puder, considere a possibilidade de adotar um companheiro para seu pet. Com boa companhia, todo lugar fica mais interessante.
7. Leve aromas diferentes para casa criando uma mini horta com ervas como manjericão, hortelã e erva-doce. Novos cheiros e sabores estimulam os sentidos.

Vida modorrenta
Para saber se seu cachorro está entediado basta prestar atenção a seu comportamento. “Cães saudáveis têm comportamentos próprios da sua espécie. Eles correm, brincam, farejam, interagem com o ambiente e são curiosos com as pessoas e outros bichos. Qualquer variação nesses comportamentos pode sugerir que algo não vai bem”, destaca Renato Zanetti.

Carência insaciável, sono excessivo e alterações no apetite são sintomas comuns em cães entediados. Outros indicadores são latir insistentemente quando sozinho (a ponto de incomodar os vizinhos) e comportamentos compulsivos, como lamber excessivamente, andar ou correr em círculos.

A manifestação de um ou outro sintoma dessa lista pode ser o bastante para detectar que o cão está entediado. Mas também pode ser sinal de algum problema de saúde. Por isso, antes de tudo, vale procurar um veterinário para descartar a possibilidade de doenças.

Direitos reservados: É permitida a reprodução, encaminhamento e uso não comercial na íntegra deste artigo, desde que citado o autor.

Fonte: Renato Zanetti | www.renatozanetti.com.br

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